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sexta-feira, 31 de julho de 2015

Porque o Azul Marinho é Azul?!!



História de Claudia Oliveira
Ilustrações : Colagens de Jussara Guimarães


    A chuvinha fina despetavala-se no céu das Terras de Yperoig, hoje Ubatuba litoral norte paulista.
 Um dia improvável para que a magia da alquimia gastronômica pudesse acontecer. Mas não será que isso mesmo que sugestionou o famoso bolinho de chuva??? Mistérios da vida...
Naquele tempo, bom e eficaz era o famoso fogão a lenha, quem diria que hoje estaríamos usando micro ondas? Seria assustador pensar nesta possibilidade. Luz elétrica deveria mesmo ser artimanha do coisa ruim, da mula sem cabeça ou da mãe do ouro. Sei lá... coisa de gente doida.
A novidade mesmo estava por vir... As panelas inicialmente improvisadas, agora eram de barro, mas o moderno esta no novo designer ‘inventalógico’ do humano, eita bicho que não para de inventar moda! E para poucos... E aos poucos, a panela de ferro surgiu no mercado caiçara, um povo a beira mar, que para seu sustento pescava e comia o que a terra dava, mandioca, feijão, café, e hortifrutes no geral, mas o que tinha de montão mesmo era a famosa até nos dias de hoje a banana nascida lá no sudeste da Ásia e que veio parar aqui para ficar e fazer história. 


Todos sabem que os caiçaras vivem da pesca, e peixe não iria faltar, digo, naquela época claro! Hoje a história não é mais assim e nem o azul marinho, prato típico da região é azul (risos), ganhou cores ou sem cores do mundico globalizado. Pelo menos cultiva o sabor, que  aliás é ‘poco bom ai ai ai’...



    Com a chuvinha batendo na casa de pau-a-pique, ou casa de taipa, e dias seguidos dela sem fim... Não podia-se esperar o plantio chegar a sua maturidade de colheita. Foi então que alguém resolveu misturar no caldo do peixe a banana ainda verde, estreando obviamente a panela novíssima de ferro. 



E como que por enquanto lá fora as nuvens ainda acinzentas, mas na panela surgia o azul mais azul que já tinha-se visto por estas bandas de cá. Salve a química e a alquimia gastronômica, nunca antes se comera com tanto prazer a olhos vistos, pois o milagre do sustento se realizará em sabor extraordinário!! Ah! E no dia seguinte... Sim o sol chegou, mas o azul nas panelas caiçaras permaneceram para todo o sempre!!




RECEITA DO AZUL MARINHO


  • 12 postas de peixe (garoupa, corvina, taínha, linguado), sugere - se peixes de carne firme, limpas e sem escamas
  • 3 xícaras (chá) de água
  • 1 cebola grande cortada em rodelas
  • Sal a gosto
  • 3 tomates picadinhos
  • Coentro, cheiro verde a gosto
  • 6 bananas nanicas bem verdes
  • Óleo
  • Farinha de mandioca
  • Descasque as bananas em água corrente para banana não ficar preta, reserve
  • Em uma panela grande, coloque o óleo, frite a cebola e o tomate.
  • Adicione o coentro e o cheiro verde
  • .Coloque as bananas inteiras e um pouco de águaDeixe cozinhar até que fiquem quase moles.  Adicione as postas, aumente a água caso tenha pouco caldo, tampe a panela e deixe cozinhar até que o peixe esteja cozido.
  • Faça o pirão com as bananas cozidas e amassadas, um pouco do caldo do peixe e a farinha de mandioca.
  • Cozinhe até que se obtenha uma massa uniforme.